Câmara divulga estudo que mostra inviabilidade de poços artesianos municipais

Entre 10 poços analisados, apenas um deles, localizado no aquífero Tubarão, capta mais de 6 mil litros de água/h; necessidade do município é de quase 3 mi l/h
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O presidente da Câmara, Luiz Alberto ‘Cebolinha’ Pereira divulgou durante sessão de Câmara realizada segunda-feira (20) resultados de um estudo inédito, feito no mês de julho de 2014 pelo Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae) que mostra a inviabilidade técnica para a implantação de poços que serviriam para solucionar o problema de abastecimento de água no Município.

 

O resultado desse estudo, feito pela empresa PlaneGeo, é inédito e veio à tona depois que algumas pessoas questionaram nas redes sociais, a construção de poços artesianos como solução para o problema enfrentado por toda a região, que obrigou o Saae a implantar o sistema de rodízio de água no Município.

 

“Segundo o estudo, encaminhado à Câmara pelo superintendente do Saae, Nilson Alcides Gaspar, o poço que mais captou água teve uma vazão média de seis mil litros de água por hora (6,0m³/h); sendo que o município precisa de 2,6 milhões de litros de água por hora; isso inviabiliza qualquer projeto de captação através de poços artesianos”, relatou Cebolinha durante a sessão.

 

O estudo foi realizado na região de Indaiatuba que concentra as Estações de Tratamento de Água (ETA), interpretando aspectos geológicos de 10 poços tubulares profundos e tendo como base os aquíferos Tubarão e Cristalino, que passam por Indaiatuba.

 

Dos 10 poços analisados durante o levantamento, apenas um, localizado no Aquífero Tubarão, apresentou vazão superior a 5 mil m³ por litro. “Ao contrário do que muita gente pensa, nosso município não é servido pelo Aquífero Guarani, o maior do mundo, e mesmo em localidades em que ele está presente, muitas vezes não há vazão que permita a captação de água e, assim sendo, os municípios estão sofrendo com o longo período de estiagem da mesma maneira que os demais”, explica Cebolinha.

 

 

Poços

 

Conforme o Departamento de Comunicação do Saae, existem poços tubulares profundos nos bairros Jardim Carlos Aldrovandi e Jardim Brasil. O do Jd. Brasil capta 2,22 litros por segundo e o do Aldrovandi, 3,75 l/s. Só para se ter uma ideia, a ETA1 trata 400 litros de água por segundo. Os números apontam, portanto, que a água captada num poço artesiano não atende as necessidades diárias da população.

 

 

Conscientização

 

Nos últimos anos, o Saae tem apostado nas campanhas de conscientização para tentar diminuir o alto consumo de água no Município. O projeto “Educa Água”, por exemplo, conseguiu reduzir cerca de 27% do consumo de água em 25 escolas de ensino fundamental do Município, após uma campanha realizada entre todos os membros da comunidade escolar.

 

Outras ações educativas realizadas pela autarquia foram divulgadas em rádios, TVs e jornais do Município; além de folhetos anexados à conta de água do Saae, chamando a atenção para a necessidade do uso consciente da água.

 

“Muito se cobra dos governos, mas Indaiatuba investiu e investe na questão da água e do tratamento de esgotos como poucos Municípios; vivemos um momento de estiagem que praticamente secou a maioria dos rios utilizados pelas cidades para a captação de água e isso é um problema que teremos que enfrentar juntos, sem que possamos culpar esse ou aquele governo; trata-se de um momento de tomada de consciência e disso depende a nossa geração e as gerações futuras”, afirma Cebolinha.

      



Foto: Rose Parra - ACS/CMI
Texto: Simone Santos - ACS/CMI