Linho pede reativação de serviço para acabar com transtornos de transporte de animais feito por pecuaristas de Indaiatuba

034.jpgPecuaristas de Indaiatuba têm que ir até Campinas para conseguir guia de transporte e custo dobrado com problemas no sistema; no Município o serviço funcionava bem

O fim da emissão de Guias de Transporte de Animais (GTA) em Indaiatuba há alguns anos, e a transferência do serviço para Campinas tem gerado alguns transtornos a pecuaristas e empresários do Município. Por conta disso, o vereador Carlos Alberto Rezende Lopes, o Linho (PT), apresentou na Sessão Legislativa de segunda-feira, dia 16/02, um pedido ao prefeito Reinaldo Nogueira (PDT) de implementação de Convênio ou Termo de Cooperação entre o Município e a Secretaria Estadual da Agricultura ou Secretaria Estadual da Saúde para que o serviço volte a ser oferecido na cidade.

Para cada transporte de animal de Indaiatuba para outras cidades, o pecuarista tem que se deslocar para Campinas. Além disso, o horário de atendimento para emissão dessas guias é bastante curto, das 13h30 às 16h. “Durante muito tempo a emissão destas guias eram feitas na Casa da Agricultura, por uma funcionária cedida pela Prefeitura, porque a Secretaria de Estado cria o órgão, mas não disponibiliza o serviço”, lembra o vereador Linho. Também, além de funcionar próximo ao pecuarista, o atendimento era das 8h às 17h.

“Essas guias são necessárias para o transporte de qualquer animal aos matadouros e frigoríficos para o posterior consumo humano”, explica o vereador Linho. Ele acrescenta que “esse é o documento que garante toda a segurança para quem compra, vende e transporta animais. É um salvo conduto dizendo que a carga não é ilegal ou irregular, em função da necessidade de controle de vacinação e procedência do animal.” O documento é exigido por todos os órgãos de inspeção e fiscalização, como secretárias, departamentos e Polícia Rodoviária.

Muitas vezes, por problemas na emissão das guias em Campinas, alguns pecuaristas têm feito o transporte irregular de animais, como vacas, cordeiros e frangos, somente com a Nota Fiscal, tendo inclusive a sua carga recusada pelos frigoríficos até a chegada do documento. “Nós temos grandes criadores de gado na região e esses pecuaristas e empresários sofrem muito com isso”, argumenta o vereador Linho. “O convênio com a secretaria estadual vem no sentido de reativar o serviço e eliminar estes transtornos.”

O pecuarista Fabrício Barnabé, proprietário do Sítio Campo Bonito, é um dos que teve problema com a emissão da Guia de Transporte Animal na semana passada. “Eu carreguei o gado cedo e tive que ir para Campinas, mas não puderam me atender por um problema no sistema. Eu liberei o caminhão para viagem só com a Nota Fiscal e no frigorífico não quiseram aceitar, porque o animal não vai para o matadouro enquanto não tiver a guia, pois sem isso não dá para saber a origem do gado, se ele é vacinado ou não”, recorda.

Sempre que vai transportar gados, explica Fabrício, é preciso carregar o caminhão de manhã e ir correndo para Campinas, e se submeter aos horários curtos de atendimento. “Num outro dia eu cheguei faltando 5 minutos para o encerramento do atendimento e o caminhão já estava carregado para viagem”, reclama. “Quando é assim, eu preciso deixar o caminhão seguir para o seu destino e levar a guia depois em outra viagem, como aconteceu quando parou o sistema de atendimento, que tive que viajar 540 quilômetros duas vezes até Presidente Prudente”.

O pecuarista Maurício Carlos de Oliveira, do Sítio Dona Nena, ressalta que é preciso ir até Campinas tanto quando vende gado, para retirar a guia, ou quando compra algum animal, para entregá-la. “O problema é que ninguém avisa se houver problema, como semana passada por falta de energia. A gente só fica sabendo quando chega lá e, além de perder muito tempo e gastar com transporte, muitas vezes o caminhão já está carregado”, esclarece.

Segundo o pecuarista Darcy Antonio Barnabé, proprietário dos sítios Santo Inácio, Nossa Senhora de Aparecida e Vista Alegre, há criadores de gado em Indaiatuba que são negociantes de gado e precisam tirar 40 a 50 guias por mês. “Ter que ir para Campinas é um transtorno muito grande e muitas vezes, ainda, a gente chega lá e o atendimento é feito com má vontade. Com certeza, seria muito melhor para todo mundo se voltasse a ter este serviço em Indaiatuba”, reclama.

O presidente do Sindicato Rural Patronal de Indaiatuba, Wilson Tomaseto, também apóia a iniciativa de se firmar Convênio ou Termo de Cooperação com o Governo de Estado para reativar a emissão de guias de transporte em Indaiatuba. Segundo ele, o Município tem 334 propriedades que fazem criação de animais, sendo 56 de bovinos de corte, 123 de bovinos mistos, 103 de animais diversos, 31 de gados leiteiros e 21 de muares e eqüinos. Ao todo, essas propriedades têm 13.419 animais.

Foto: Giuliano Miranda/ACS-CMI
Texto: Da assessoria do vereador